Segundo uma reportagem da agência de notícias France-Presse, a praia de Paparo, localizada a 130 quilômetros de Caracas, capital da Venezuela, está sofrendo com a contaminação de resíduos hospitalares, que se espalham pela areia e são utilizados como brinquedos por crianças.

Entre os materiais encontrados na praia estão seringas, agulhas, cateteres e tubos para coleta de sangue, todos com risco de contaminação. Esses resíduos chegam até a praia através do Rio Tuy, que recebe águas poluídas do Guaire, um corpo hídrico que atravessa a capital venezuelana e desemboca no mar em Paparo, uma pequena vila com cerca de 3 mil habitantes.

Infelizmente, a presença de resíduos hospitalares na praia não é algo novo, sendo comum encontrar agulhas sobressaindo na areia. O lixo é levado para o mar em garrafas contendo esses insumos hospitalares descartados.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as agulhas são consideradas a categoria mais perigosa de resíduo hospitalar, devido ao risco de ferimentos e infecções.

A Venezuela enfrenta um colapso no sistema público de saúde há décadas, com muitos incineradores fora de funcionamento e a falta de políticas adequadas para classificação e manejo de resíduos, agravando ainda mais essa situação.

O Rio Guaire, principal canal de escoamento de águas residuais de Caracas, está poluído há mais de um século. Em 2005, o ex-ditador Hugo Chávez prometeu despoluí-lo, porém, essa promessa nunca foi cumprida.

Segundo um estudo divulgado recentemente pelo professor Steve Hanke, da Universidade Johns Hopkins, a Venezuela é o segundo país mais pobre do mundo, ficando atrás apenas do Zimbábue. Outros países do continente americano, como Argentina (6º lugar), Cuba (9º lugar) e Haiti (12º lugar), também aparecem na lista dos países mais pobres em 2022, liderando os rankings de pobreza na região.

Materia publicada na Revista OESTE em 08 jun 2023 16:20:
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