AGERP Mirador e a Feira Livre

Já está com quase três anos que a Unidade Local da Agencia Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural – AGERP, em Mirador, funciona precariamente e sem equipe técnica. Logo no início do atual governo o órgão demitiu os técnicos que atuavam a muitos anos e até o momento não destinou novos funcionários. Até mesmo uma motocicleta, único transporte existente, que fazia parte dos trabalhos foi transferida para outra unidade.

A AGERP é o órgão oficial do governo do estado responsável em executar a política de assistência técnica e extensão rural aos agricultores familiares. A falta de técnicos em Mirador tem causado enormes prejuízos, já que é o único órgão que leva o agricultor familiar a ter acesso aos projetos do PRONAF através das agências do Banco do Brasil e Banco do Nordeste.

A agencia disponibilizou uma técnica de Sucupira do Norte para atender Mirador nas manhãs de quinta-feira, apenas no escritório, atuando mais na emissão de DAP que é o instrumento que qualifica a família como da agricultura familiar e indispensável para ter acesso ao crédito. O veículo destinado a agencia e que chegou em março ainda não chegou no escritório. A falta de assistência técnica tem levado as poucas pessoas que fizeram projetos a desviar finalidades e na hora do desembolso, mesmo com juro praticamente zero, não têm como pagar, ficando o município inadimplente e impossibilitado de novas operações.

A prefeitura na sua estrutura administrativa conta com secretaria de agricultura e secretaria de meio ambiente, mas ambas não têm equipe técnica, apenas secretário. Portanto não estão habilitados a trabalhar com PRONAF e com licenciamento ambiental.

“É preocupante a absoluta falta de interesse demonstrado pelo executivo que tem apoio do governo e do legislativo que nem se quer trata da situação nas sessões. Em consequência disso, Mirador deixa de ganhar milhões de reais em projetos e o município que é rico em terras férteis e agua em abundância, se quer produz para subsistência, até cheiro verde vem de Colinas”.

Observa-se que nos supermercados e na Feira Livre de Mirador não existe praticamente nada produzidos no município. Milho e feijão verde, banana, laranja, abóbora, melancia, melão, tomate, pimentão, batata doce, quiabo, maxixe, frango, peixe, farinha, entre outros produtos, vem de Colinas, São Domingos e dos estados, como, Bahia, Piauí, Ceará e Pernambuco.

Na feira Livre dificilmente se encontra um produto de Mirador. O único encontrado nesta sexta-feira, 15 de setembro, foi peixe tambaqui produzido na Vargem Comprida e comercializado pelo senhor Silas.

Programas especiais, como o de Aquisição de Alimentos - PAA, são prejudicados por falta de apoio creditício e assistência técnica. O programa poderia beneficiar mais pessoas e com produtos de qualidade produzidos de fato em Mirador. Mas para tornar isso realidade é necessário um AGERP com equipe técnica e com melhores condições de trabalho e o que se ver ainda é um escritório com móveis antigos, computador ultrapassado e funcionários desmotivados e remanescentes da antiga EMATER que foi extinta a mais de 20 anos.